Dia Torto
Hoje o dia nasceu torto
Meio que ao avesso
Antes do sol cair morto
Sou eu quem anoiteço
Não sei se choro ou se vomito
Carência, raiva, melancolia
Não sei as palavras e me irrito
Com o maldito deste dia
Quero me prostituir na rua
Dirigir rumo ao infinito
Morar numa zona de conflito
Quero voar e cuspir na lua
Desaparecer sem deixar vestígios
Chorar por três dias seguidos
(Vou sem dó ou higiene
Enfiar o dedo na ferida
Hoje quero me banhar de querosene
e tacar fogo nessa vida)
[Pedro Sampaio, 2011]
perfeito
ResponderExcluirParabéns, Pedro. Materializou a angústia em versos. Cirurgicamente preciso na escolha das palavras.
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