Muitas
pessoas têm comentado sobre alguns homens que demonstraram interesse pela
Valentina, participante de 12 anos do programa MasterChef Júnior. O texto que
mais vi ser compartilhado é este,
que levanta um debate sobre a cultura do estupro e a pedofilia a partir do
episódio.
Como,
a meu ver, os debates decorrentes do episódio têm sido muito apressados e pouco
ponderados, escrevo isso para tentar empreender uma outra reflexão sobre isso tudo.
O episódio
Na
última terça-feira, 20 de outubro, foi ao ar o primeiro episódio do MasterChef
Júnior, que traz crianças de 9 a 13 anos em uma competição gastronômica. Como sempre, enquanto o programa estava sendo
exibido, os brasileiros no Twitter comentavam muito sobre cada detalhe do
programa (MasterChef sempre foi um dos prediletos dos twitteiros), que vai
desde piadas com os jurados e participantes até a surpresa com a sofisticação
dos pratos feitos pelas crianças.
Em
meio a estes comentários descobriram algumas mensagens falando de uma
participante (Valentina, de 12 anos) de forma amorosa e/ou sexualizada, como
este:
Comentários
desta natureza sobre uma menina de 12 anos (e feitos por mais de uma pessoa e
publicamente) geraram espanto, revolta e reflexão. Li dezenas de pessoas em
minhas redes sociais manifestarem seu repúdio, sua desesperança na
humanidade, seu desprezo para com os homens e, principalmente, preocupação com
relação a violência contra a mulher. Afinal, isso seria um sintoma bastante
claro de um sociedade que trata com naturalidade o abuso, a pedofilia, que
culpa as mulheres vítimas de estupro e onde homens sentem-se seguros para falar
publicamente sobre estuprar, certo?
Analisando com mais cuidado
Não
há, a meu ver, nenhuma perspectiva que redima os comentários e os seus autores.
Mas é importante, para uma análise honesta, apontar que provavelmente grande
parte, senão a totalidade, das pessoas que fizeram comentários desta natureza, estava tentando fazer humor (e falhando miseravelmente). O Twitter talvez seja o locus virtual com o maior número de aspirantes a humoristas e eu
mesmo o uso quase exclusivamente para rir dos piadistas e fazer minhas próprias
piadas.
Por
mais surreal que seja pensar que comentários como estes eram tentativas de
humor, uma das muitas formas de conseguir risadas é mesmo chocando a audiência,
falando algo tão absurdo e ultrajante que a plateia ri enquanto arregala os
olhos e balança a cabeça negativamente. O
problema é que para fazer humor deste tipo você tem de ser um humorista
experiente e habilidoso, conseguindo esquivar de todas as armadilhas e produzir
algo nitidamente cômico sem, no entanto, reforçar nenhum estereótipo negativo. Como
Rafinha Bastos já experimentou na pele, é algo arriscado e difícil,
quase impossível de ser feito de improviso. Louis C. K. é, para mim, o mais
habilidoso humorista neste estilo, conseguindo fazer humor com temas
complicadíssimos, inclusive pedofilia e estupro.
Apesar
do comentarista mais citado no episódio utilizar a foto do Jim Carrey, não
consegui comprovar de fato se estas pessoas já tinham o hábito de tentar fazer
humor, já que deletaram suas contas após a enxurrada de ataques. Mas, pensando
a respeito, imaginei que seria plausível então que mulheres também fizessem
comentários similares, falando em namorar ou fazer sexo com crianças bonitas do
sexo masculino. Não foi difícil descobrir que não apenas isso de fato ocorre
como também aconteceu nesta mesma terça-feira, em comentários a respeito do mesmo
programa:
Como
podem ver, os comentários destas mulheres a respeito de um participante do
programa são muito similares aos comentários dos homens que ganharam destaque –
talvez esses sejam ainda mais explícitos e agressivos do que os dos
homens. Parece bem mais provável que
muitos destes homens e mulheres estivessem “brincando” (tentando fazer humor e
fracassando) do que estivessem de fato manifestando um desejo sincero de fazer
sexo com as crianças. É razoável supor que eles não imaginaram que teria esta
repercussão e que este deveria ter sido um comentário sem-noção para ser feito ali, entre
seus amigos, sem jamais chegar nas crianças em questão ou na família delas.
Nada
disso implica, como já escrevi acima, que os comentários não sejam grotescos e
mereçam ser criticados. Mas é certamente relevante ponderarmos estas questões para
decidirmos como vamos criticá-los e o
que podemos pensar a partir deles.
A cultura do estupro
O
termo “cultura do estupro” pode se referir a pelo menos duas coisas diferentes:
1 – uma cultura que incentiva o estupro, entende o estupro como aceitável ou ao
menos onde ele ocorre com grande parte das pessoas; 2 – uma cultura que, apesar
de condenar severamente o estupro, não entende bem o que é estupro, relativiza
algumas formas de estupro e culpabiliza a vítima.
Em
artigos e livros de pesquisadores do tema, encontraremos quase sempre
definições similares ao 2. Apesar disso, nas redes sociais e até em
muitos textos feministas da internet, as pessoas parecem entender que há no
Brasil também uma cultura do estupro do tipo 1.
Mas os dados não dão muito respaldo para esta leitura.
O
Brasil tem aproximadamente 50 mil casos de estupro registrados por ano,
o que equivale a cerca de 25 estupros a cada 100 mil habitantes. Como grande
parte dos estupros não é registrado, especialistas estimam que este número pode
ser de três a dez vezes maior! Qualquer número maior do que zero já deveria ser
inaceitável e estes dados são mesmo assustadores. Apesar disso, os dados do
Brasil não passam perto dos de países como a
África do Sul, com 4,5 milhões de estupros por ano em uma população de
50 milhões – ou 9 mil estupros a cada 100 mil habitantes -, 40 vezes mais do
que as piores estimativas do Brasil, estimando-se que 40% das mulheres
sul-africanas serão estupradas ao menos uma vez ao longo de suas vidas. O mesmo
poderia ser dito sobre países como Congo,
Uganda
e muitos países do
Oriente Médio, onde sequer temos como saber as estatísticas, já que apenas é
considerado estupro se a vítima tiver ao menos quatro homens como testemunhas
oculares que deponham a favor dela (e, por causa disso, 75%
da população carcerária é de mulheres que foram estupradas, foram à
polícia, mas não conseguiram os quatro homens como testemunhas). Em todos estes
países é plausível falar de uma cultura do estupro do tipo 1.
Já
no Brasil, aproximadamente 1% das mulheres irão ser estupradas ao menos uma vez
e menos de 0,5% dos homens irão cometer estupro algum dia. Não custa repetir:
qualquer número acima de zero estupros e estupradores é absurdo e estes dados
deveriam sim deixar a todos muito, muito preocupados e combativos em relação ao
estupro no país. Mas estes dados não dão respaldo à ideia de que “todo homem é
um estuprador em potencial” [1], que no
Brasil o homem é incentivado a estuprar, etc. No Brasil, tanto o estupro quanto
o estuprador são fervorosamente condenados, sendo bem conhecido o fato de que prisioneiros são especialmente intolerantes com estupradores e frequentemente os matam na prisão (isso quando
não são linchados antes – uma
rápida pesquisa no Google nos traz centenas de notícias assim).
Já a
cultura do estupro do tipo 2 parece se adequar melhor ao nosso contexto. Não
conheço pesquisas sobre isso, mas é provável que a maioria dos brasileiros
pense em estupro como sendo exclusivamente a relação sexual forçada que envolve
penetração, enquanto na realidade (e na lei) muitas outras coisas são estupro;
mais especificamente, quaisquer atitudes sexuais (como masturbação ou mesmo
alguns casos de “encoxamento”) não-consensuais (ou seja, também é estupro sim
se alguém faz sexo com uma pessoa inconsciente ou que de alguma forma não pode
consentir – por ter deficiência mental, por estar muito alcoolizada, etc.).
Também parece verdadeiro que parte significativa dos brasileiros relativizem o
estupro - por exemplo, ao apontar que o estuprador e a vítima eram casados, ou, no caso do estupro masculino, que ele teve ereção, logo
que também queria, etc. E, talvez o mais famoso, é certamente verdade que
existe em nossa cultura pessoas que culpabilizam a vítima, dizendo que ela usava
roupas curtas, que provocou o estuprador ou que andava sozinha de noite em ruas
desertas. Com relação a estes dois últimos, aquela famosa e polêmica pesquisa
do IPEA a respeito da violência contra a mulher traz dados sobre o
tema.
Tudo
isso me leva a pensar que é bem mais coerente falar da cultura brasileira como
uma cultura do estupro tipo 2 do que do tipo 1. Antes de encerrar o assunto, no
entanto, gostaria de fazer algumas considerações.
Parece-me
que a culpabilização da vítima não é uma característica exclusiva da cultura do
estupro, mas um fenômeno bem mais abrangente e usual do qual a culpabilização
da vítima de estupro é uma das incontáveis manifestações. Não é incomum, por exemplo, que uma pessoa
que foi enganada e roubada por um charlatão pense que foi muito ingênua, que
deveria ter pesquisado mais sobre o assunto antes, que não deveria ter deixado
ele saber a senha do cartão dela ou coisa assim. Também não seria nada
inesperado se pessoas em volta dela apontassem as mesmas coisas, acusando-a de
ter sido ingênua, de ter feito por onde, etc. Podemos pensar em culpabilizações
semelhantes em vítimas de assassinatos (“ele não tinha nada que ter se
envolvido com traficantes”), de assaltos (“também, pra quê que você foi andar
de Rolex naquela região?”), de esquemas de pirâmide (“você foi ingênuo e
ganancioso, deu seu dinheiro pra eles, foi bobo, dançou mesmo”) e qualquer
situação em que haja uma vítima.
Assim
sendo, a culpabilização da vítima em casos de estupro não seria fruto de uma
sociedade machista ou de um silenciamento das mulheres, mas uma das
manifestações de uma infeliz tendência humana: diante de uma situação que tem
uma vítima, procurar elementos da vítima (características, comportamentos,
etc.) que podem ter contribuído para esta situação. Talvez o ser humano faça
isso consigo mesmo e com os outros em uma tentativa de identificar o que
aumenta a probabilidade desta situação acontecer, para que ele mesmo evite algo que poderia levar a outro episódio ou descreva
para a pessoa como ela poderia agir para evitar. Ao descrever a relação entre
estes elementos e a situação aversiva da qual foi vítima, acaba punindo o
comportamento que, acredita (ainda que de maneira completamente equivocada),
aumenta a chance da situação acontecer novamente.
Considerações finais
Comentários
idênticos àqueles direcionados à Valentina também foram feitos por mulheres em
relação a outra criança do programa. Embora sejam comentários grotescos e
dignos de muita crítica, é fundamental compreende-los como o que de fato são: é
muito provável que ao menos a maioria deles sejam brincadeiras de muito mal
gosto, tentativas fracassadas de humor, que acabaram sendo interpretadas como
intenções reais de pedofilia.
Não
vivemos em uma cultura que aceita o estupro e a pedofilia; muito pelo
contrário, ambos estão entre as coisas que mais causam repulsa aos brasileiros
e entre os crimes que mais geram reações hostis. Embora as pessoas sejam
desinformadas sobre as dimensões do estupro e como agir com uma vítima desta
violência, não há motivos para crer que a culpabilização da vítima é reflexo de
algum aspecto sexista da cultura, mas uma das incontáveis manifestações de
um fenômeno mais geral. E o mais importante (porque mesmo sendo a terceira vez
só neste texto, nunca é demais repetir): nada disso diminui em nada a
pertinência da luta para que os estupros sejam cada vez mais combatidos,
denunciados e que ainda mais pessoas assimilem como repugnante e inaceitável
qualquer forma de violência sexual.
Nota:
[1]
Como apenas um pequeno percentual dos homens irá um dia cometer um estupro, faz
mais sentido pensar que, em nossa cultura, estupradores são aberrações e a
norma é de homens que jamais estuprariam uma pessoa. Quando apontei isso, o
contra-argumento foi de que a maioria das feministas que advogam que “todo
homem é um estuprador em potencial” está dizendo que o homem tem todos os
mecanismos biológicos para ser um estuprador e que basta um determinado tipo de
contingências em sua vida para que ele se torne um estuprador. Acho esse
contra-argumento fraco, pois faz a expressão ficar vazia de sentido. Afinal,
sendo assim toda mulher também é uma estupradora em potencial (já que mulheres
também estupram e têm todo o aparato biológico para isso, bastando as
contingências para que ela se torne estupradora), assim como todo homem e toda
mulher são “assassinos em potencial”, “ladrões em potencial” e até “bilionários
em potencial”, bastando as circunstâncias específicas para produzi-los.
Não estou dizendo que todos os homens que fizeram piadas infelizes com a Valentina são estupradores. A "Cultura do Estupro", a meu ver, foi um termo (talvez propositadamente) exagerado para a sexualização precoce de crianças. E talvez Valentina fosse uma exceção, não fosse a enxurrada de tags #PrimeiroAssédio, da qual até eu mesma participei e que bombou mais no Twitter, sobre a banalização da infância e sexualização precoce de meninas. A quantidade de homens que se acharam e se acham no direito de cantar, passar a mão ou mostrar o pênis (que foi o que aconteceu comigo) para meninas da idade da Valentina é preocupante e não reflete que alguns homens são péssimos como humoristas.
ResponderExcluirAcredito que o que aconteceu na internet com a Valentina levantou uma discussão há muito silenciosa sobre como somos tratadas na sociedade, mesmo não estando tão vulneráveis como pensávamos (em classes mais baixas ou no Oriente Médio).
O contraponto é interessante, mas eu acho a discussão válida e oportuna, precisamos aproveitar o momento. Por último, mesmo o cara sendo "humorista", eu não o desejaria nem pintado de ouro perto da minha filha. =)
Concordo com tudo que você disse, Tatiana!
ExcluirTambém comemorei que o furor em cima do caso tenha dado espaço às pessoas relatarem os assédios e abusos que sofreram e ainda mais que a partir de todo debate muitas tenham se conscientizado. Torço para que isso aumente a probabilidade de que futuros abusos e assédios sejam denunciados.
Sou abertamente cuidadoso com a apuração dos fatos e muito rígido em ser justo e apresentar a coisa tal qual ela é, não tal qual ela nos é conveniente, por isso achei válido fazer o contraponto. O problema é que muitas pessoas associam fazer uma apuração dos fatos que revele que a coisa talvez não tenha sido bem assim, com atitudes que pretendem negar a existência de abusos e tudo mais. Só que uma coisa não tem a ver com outra.
Um exemplo: sou defensor da teoria da evolução e estou convicto dela, mas se eu ver evolucionistas usando falsas evidências para defende-la, serei o primeiro a apontar isso. Não quer dizer que não acredite na evolução e nem que a defenda, mas que sempre buscarei uma apuração honesta dos fatos, independente da conveniência dele para nossas causas.
Se escrever asneira doesse você nunca mais iria parar de gritar, hein?
ResponderExcluirNegando sexismo na sociedade porque são as feministas que acusam?
Você deveria ter vergonha de produzir um texto desses. Vergonha MESMO de ignorar a realidade de modo tão absurdo e irracional pra se fazer de libra virtuosa.
Seu argumento é torpe, pedante, tosco, só na sua caixa de eco ele consegue fazer sentido.
Continue assim, irrelevante e anômalo. Vai ajudar bastante a não atrapalhar a luta real contra o problema real.
E apesar disso tudo, no adendo você acerta. Sim, o potencial de assassinos, ladrões, estupradores é real. Você não acredita nele por ser um pobre iludido deslumbrado com a própria inteligência, como tantos outros.
Paciência, um dia você vai ser atropelado pela verdade, dadas as circunstâncias específficas para que ela se revele. ^_^
"Assim sendo, a culpabilização da vítima em casos de estupro não seria fruto de uma sociedade machista ou de um silenciamento das mulheres[...]"
ResponderExcluira culpabilização pode ser generalizada em diversos casos, sim. mas os elementos USADOS pra acusar mulheres são machistas: roupa, conhecimento sexual [experiencia], a liberdade dela, se estava com homens ou nao, idade, [se era prostituta, "mulher de bem" ou nao], se estava alcoolizada ou nao, drogada, etc. pq se fosse exatamente a mesma situação os homens seriam acusados do mesmo a cada estupro cometido contra os homens e não é o que acontece.
um exemplo que espero que não seja bizarro demais: muitas feministas dizem que gênero e feminilidade não existem. bem, na verdade a feminilidade no caso, a identificação de gênero é inata e objetiva. acontece em todas as culturas da sociedade.
a diferença é: "noções de feminlidade". ser feminina na antiga esparta era ser uma mulher forte para defender sua casa e proteger seus filhos saudáveis. ser feminina na china era ter pés pequenos e usar saias uma masculinidade para homens.
há uma objetividade generalizada destes julgamentos, isso é claro ao culpar a vítima, mas OS ELEMENTOS acessórios que são usados se referem a especifidades da mesma maneira em que a feminilidade se manifesta.
espero realmente ter sido clara.
e uma observação importante: eu discordo da tua caridade interpretativa sobre a intenção de humor das mulheres e dos homens. Há inúmeras pessoas ali que apenas estão manifestando desejo sem qualquer conotação humorística ou com intenção disso.
Desde quando " aaah queria o fulano na minha cama" é humor? Qual o fator decisivo para que seja uma piada?
Sinto muito, mas discordo.
"a culpabilização pode ser generalizada em diversos casos, sim. mas os elementos USADOS pra acusar mulheres são machistas"
ExcluirTem razão. Meu ponto era de que a causa não era a cultura machista, mas a manifestação da culpabilização da vítima nestes casos tem mesmo elementos machistas.
"isso é claro ao culpar a vítima, mas OS ELEMENTOS acessórios que são usados se referem a especifidades da mesma maneira em que a feminilidade se manifesta."
Interessante isso. Valeria um estudo interessante (se é que já não existe).
"eu discordo da tua caridade interpretativa sobre a intenção de humor das mulheres e dos homens. "
Eu disse que é razoável supor que ao menos grande parte ali esteve tentando fazer humor. Não descarto de modo algum alguns pedófilos e estupradores dentre eles. Mas não acho que o trecho que destacou seja evidência. A mulher em questão quase certamente estava deliberadamente querendo dizer algo absurdo para causar espanto e riso, imagino. Não temos como saber ao certo, mas por enquanto acho mais provável.
Apenas lembrando que mesmo sendo humor, como lembrei mais de uma vez, isso não os redime de muita coisa e devem ser criticados sim. Apenas devemos ter a dimensão das possibilidades para não interpretarmos a situação de uma forma equivocada.
Excluirna verdade é o que muito acontece. Quando uma mulher estupra um homem, ninguém sequer acredita - "mas como pode o pinto ficar duro?" - ou menospreza - "deve ter gostado, logo não é estupro"...